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Videolaparoscopia para endometriose
Estima-se que, no Brasil, 1 a cada 10 mulheres sofra com a endometriose. Em alguns casos, ela pode ser incapacitante e afetar (muito) a qualidade de vida e bem-estar da mulher. Felizmente, a videolaparoscopia é uma cirurgia minimamente invasiva muito indicada para tratar os sintomas e problemas decorrentes dessa doença. Saiba mais!
Afinal, o que é endometriose?
Muito provavelmente você já ouviu falar sobre a endometriose. Inclusive, talvez, conheça alguém – senão você mesma – que sofre com ela, não é? Bom, isso acontece porque essa é uma doença muito comum. Segundo dados do Hospital Israelita Albert Einstein, atualmente, cerca de 2 milhões de brasileiras têm suas vidas afetadas pela endometriose.
Apesar disso, ainda existe muita desinformação e percepções equivocadas sobre o assunto. Por isso, antes de falar sobre a endometriose, primeiro, precisamos conhecer um pouco mais a estrutura do sistema reprodutor feminino. Vamos lá?
Como a gente sabe, o útero é o órgão responsável por gerar vida dentro de si. Seu interior é todo revestido por um tecido chamado de endométrio, que fica ali, esperando a chegada de um bebê. Mas, quando não há a fecundação do óvulo, grande parte do endométrio é liberada junto com a menstruação, e a parte que sobra, se regenera e volta a cobrir a parede uterina.
Este é o caminho normal que o endométrio deveria seguir, e, quando isso não ocorre, acontece o que chamamos de endometriose.
Ou seja, a endometriose é uma doença que acontece quando há uma modificação no funcionamento do organismo. Isto é, quando as células do endométrio, ao invés de serem expelidas na menstruação, se desviam do caminho previsto e “sobem” para as tubas uterinas, ovários e cavidade abdominal. Ali, elas começam a se multiplicar e sangrar, podendo causar irregularidades na menstruação e cólicas fortes.
O que causa a endometriose
Suas causas não são totalmente conhecidas, mas a doença costuma ser associada a fatores genéticos e ao estilo de vida da mulher, como a alimentação superindustrializada.
Além disso, uma hipótese muito cogitada sobre o desenvolvimento da doença, é a menstruação retrógrada. Uma condição que faz com queo sangue menstrual não seja expelido pelo canal vaginal e sofra um processo de “refluxo”, subindo de volta para as tubas.
Principais sintomas
Os sintomas variam muito conforme o organismo de cada paciente. Inclusive, existem mulheres que são assintomáticas, ou seja, não apresentam nenhum. Contudo, quando eles são visíveis, costumam causar grande desconforto na vida da mulher. Entre os principais, estão:
– Cólicas menstruais fortes (que podem ser incapacitantes, nos casos de endometriose profunda);
– Dores na pélvis, reto e vagina;
– Dor durante as relações sexuais ou ao evacuar;
– Menstruação irregular, intensa e dolorosa;
– Sangramentos anormais;
– Constipação, náusea e quantidade excessiva de gases.
Endometriose profunda
Como seu nome sugere, a endometriose profunda é um estágio um pouco mais grave e complexo da doença. Ela ocorre quando o endométrio se infiltra por mais de 5 mm em órgãos da região pélvica, como, em alguns casos, o intestino, bexiga e a região retocervical.
Em seu estágio mais profundo, além de intensificar os sintomas listados acima, a endometriose costuma estar associada à infertilidade feminina. Isso porque a doença pode afetar a qualidade dos óvulos e da fertilização, e obstruir as tubas uterinas, dificultando a chegada do espermatozoide ao seu destino, além de causar outras disfunções no aparelho reprodutivo.
O que é videolaparoscopia?
A videolaparoscopia, também conhecida simplesmente como laparoscopia, é uma cirurgia minimamente invasiva realizada com auxílio de uma câmera bem pequena. Além de ser indicada para tratar doenças na região pélvica e abdominal, sem a necessidade de um procedimento mais invasivo ou agressivo, também pode ser realizada como um exame, a fim de diagnosticar/confirmar a presença de doenças.
A endocâmera, que é inserida através de uma pequenina abertura na região inferior do corpo, permite que o médico possa visualizar os tecidos internos da paciente, identificando a presença de lesões na região. Com isso, ele é capaz de tratar doenças internas, como a endometriose.
Para quem é indicada a laparoscopia?
A cirurgia é indicada para tratar problemas decorrentes da endometriose – normalmente em seu estágio mais grave. Entre as principais indicações, podemos citar:
– Casos em que o tratamento clínico não teve resultado;
– Infertilidade, quando ela é causada pela endometriose;
– Casos em que ela atinge órgãos fora da região pélvica, como a bexiga, o diafragma e o apêndice.
Além da endometriose, a videolaparoscopia também pode ser recomendada para tratar problemas como cistos e miomas nos ovários, obstrução das tubas, ardência pélvica e má formação uterina.
Como a cirurgia videolaparoscópica é feita
A videolaparoscopia é uma cirurgia minimamente invasiva que inicia com a sedação geral da paciente, a fim de evitar qualquer dor ou desconforto.
Com a paciente desacordada, são feitas pequenas incisões, de cerca de 1 cm, rentes ao umbigo. Em seguida, é injetado um gás na cavidade abdominal que “estufa” momentaneamente a região, com o objetivo de criar mais espaço entre os órgãos e facilitar a visualização interna da área.
Após, são introduzidos a minicâmera e o laparoscópio, que transmitem imagens em tempo real do interior do abdômen para um monitor. Através dele, o médico consegue guiar os instrumentos específicos e fazer a retirada minimamente invasiva dos focos de endometriose, miomas e outras doenças.
Recomendações pré e pós-operatório
Antes da cirurgia, para as pacientes que não necessitam de nenhuma interferência no intestino, o preparo consiste apenas no jejum de pelo menos 8 horas. Nos casos em que a endometriose afeta o intestino, é necessário que a paciente faça um preparo intestinal. Para isso, deve seguir uma dieta específica, 48 horas antes do procedimento, com o objetivo de “limpar” o intestino.
Por ser um procedimento pouco invasivo, o pós-operatório costuma ser bastante tranquilo. Na maioria dos casos, é recomendado que a paciente fique em repouso de uma semana a 30 dias.
Para saber mais sobre o procedimento ou se ele é indicado para o seu caso, consulte seu ginecologista. A Clínica Dra. Fernanda Castilhos, localizada em Caxias do Sul, conta com profissionais capacitados e experientes que estão sempre aperfeiçoando seus conhecimentos para oferecer atendimento humanizado e de qualidade às suas pacientes. Entre em contato através do telefone (54) 3419-2338.